Processo criativo: 4 lições do curso Be Your Best Creative Self
Você já se perguntou como liberar todo o potencial da sua criatividade? Afinal, o que é processo criativo? De forma resumida, nada mais é do que um meio de gerar ideias e soluções para problemas.
É também a habilidade de pensar de maneira não convencional, de fazer conexões entre diferentes áreas e de encontrar perspectivas inovadoras.
A criatividade pode se manifestar em várias áreas da vida, seja nas artes, na ciência, no trabalho, nos negócios ou mesmo em atividades do dia a dia.
Além disso, o processo de criação e a criatividade não estão restritos a um grupo seleto de pessoas. Todos nós possuímos potencial de sermos criativos. É uma habilidade que pode ser desenvolvida, inclusive para os que se interessam por escrita criativa.
Neste artigo, vou apresentar quatro lições que aprendi no curso “Be your best creative self”, da Universidade de Colorado, ministrado pelo professor David Underwood.
Sumário do post
Como melhorar a criatividade e desenvolver o processo criativo
Entenda nos próximos tópicos como estimular sua mente e desbloquear a criatividade para produzir ideias e soluções para seus projetos pessoais ou profissionais.
1. Tudo o que você cria importa
Nas etapas do processo criativo, tudo o que criamos importa, desde os trabalhos da faculdade até as criações da vida profissional. David Underwood é designer e apresenta um exemplo de uma caricatura que fez de Ernest Hemingway na escola de artes, quando ainda era estudante.
Anos depois, ele participou de uma seleção de emprego e precisava mostrar na entrevista alguma caricatura que já havia produzido e se lembrou daquele desenho que representava o Nobel norte-americano.
Porém, a caricatura não era boa o suficiente, segundo ele e, como tinha falhas, Underwood deixou de aproveitar uma oportunidade, simplesmente por não ter se atentado durante a faculdade que aquele material poderia ser uma peça de seu portfólio.
Segundo o professor, o problema estava no desenho da mão de Hemingway. Veja:
Este é um exemplo de como devemos tentar explorar o nosso máximo potencial e criar algo de valor, mesmo nas tarefas mais simples (embora fazer uma caricatura possa ser uma tarefa complexa).
Para Underwood, cada trabalho que realizamos contribui para o nosso crescimento, para a construção de uma marca pessoal, para a reputação que construímos e, também, para a busca de oportunidades.
2. Focar no crescimento intencional, em vez do crescimento acidental
O crescimento intencional se refere ao crescimento planejado e deliberado, no qual uma pessoa ou organização estabelece metas específicas e toma medidas ativas para alcançá-las.
Esse tipo de crescimento envolve a definição de objetivos, a criação de estratégias e a implementação de ações. Ele é baseado em planejamento e foco para alcançar os resultados desejados.
Por outro lado, o crescimento acidental ocorre de forma não planejada e pode ser resultado de circunstâncias externas. Ele ocorre quando uma pessoa ou organização se depara com situações favoráveis que levam ao crescimento, mesmo que não tenham sido planejadas ou buscadas ativamente.
As pessoas podem crescer das duas formas, ou seja, de forma intencional ou acidental, mas a intencional costuma trazer progressos mais rápidos e permite que você tenha um senso de propósito.
3. Compartilhar conhecimento, em vez de guardá-lo
O ato de compartilhar conhecimento leva a discussões e trocas de ideias, mas os benefícios vão além disso. Mesmo que não perceba, você contribui para o próprio crescimento e para o de outras pessoas.
O conhecimento que cada pessoa propaga pode ajudar a resolver problemas, fornecer insights e inspirar novas ideias. Além disso, fortalecemos nossa própria compreensão sobre o tema tratado e aprofundamos nosso aprendizado. Afinal, ao explicarmos algo para outra pessoa, somos desafiados a organizar as ideias.
Inclusive, a técnica Feynman, por exemplo, é um método pelo qual você pode explicar algo para alguém, de modo que ambos são beneficiados no processo de aprendizagem. Assim, é possível também identificar as áreas em que o nosso conhecimento é fraco e trabalhar para fortalecê-las.
Como diz o próprio professor da Universidade de Colorado, há sempre alguém que pode nos substituir, e essa é a má notícia. Porém, a boa notícia segundo ele é que, ao compartilhar conhecimentos, você se tornará requisitado no mercado.
Outro benefício é a construção de relacionamentos. Na verdade, todo o processo criativo envolve fases de comunicação. Assim, por meio do conhecimento compartilhado, criamos meios para nos conectarmos com outras pessoas que têm interesses semelhantes.
4. Criatividade é prática e não um dom
A criatividade é a técnica para resolver problemas e é uma habilidade que pode ser desenvolvida e aprimorada por meio da prática, não sendo apenas um dom inato. Muitos artistas famosos e empreendedores defendem essa ideia.
Um exemplo de quem compartilha essa visão é Pablo Picasso. Ele disse: “A inspiração existe, mas ela precisa te encontrar trabalhando”. Tal frase quer dizer que a criatividade não surge apenas de forma espontânea, mas é resultado do trabalho e da exploração constante de novas ideias.
Se nos comprometemos a desenvolver a criatividade por meio da prática constante, podemos expandir nossas habilidades e, inclusive, desfrutar do famoso momento de “eureka”.
Para quem não sabe, “eureka” é uma palavra de origem grega que significa “descobri” ou “encontrei”. Ela é frequentemente associada a momentos de insight ou de descoberta. A história por trás do termo remonta ao famoso matemático e inventor grego Arquimedes.
A invenção de Arquimedes
Segundo a lenda, Arquimedes estava enfrentando um desafio proposto pelo rei Hierão II. O rei suspeitava que uma coroa de ouro que havia encomendado tivesse sido adulterada. Arquimedes foi incumbido de encontrar uma maneira de determinar se a coroa era pura ou não, sem danificá-la.
Após várias tentativas, um dia, enquanto tomava banho em uma banheira, Arquimedes percebeu que o nível da água subia quando ele entrava. Ele teve um insight e percebeu que poderia usar o princípio do empuxo para resolver o problema da coroa.
Empolgado com sua descoberta, ele teria saído correndo nu pelas ruas de Siracusa gritando “eureka! eureka!”.
A descoberta consistia em usar uma espécie de balança ao submergir a coroa em água para medir o volume deslocado e comparar a diferença em relação a uma barra totalmente de ouro. Para saber mais detalhes do experimento, veja o vídeo:
Desde então, a expressão tem sido usada para descrever momentos de descoberta e de solução de problemas. Portanto, quando alguém diz “eureka”, geralmente significa que teve uma ideia brilhante.
No entanto, esses insights no processo criativo não surgem do nada. Arquimedes era um matemático e trabalhava intensamente em suas descobertas, que inclusive vão além da lei do empuxo.
O mesmo serve no processo criativo para outros profissionais, que podem conseguir bons insights como resultado do processo de trabalho, experimentação e da preparação anterior.
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