Freelancer home office: como melhorar a rotina
Ao trabalhar como freelancer home office, é comum enfrentarmos desafios na busca por uma rotina produtiva e equilibrada. Porém, este não é um post sobre metas e produtividade.
Vou falar sobre como podemos enxergar determinadas situações, de modo que não nos tornemos reféns da nossa memória e do que não podemos controlar.
Acredito que o equilíbrio emocional é uma peça-chave para que tenhamos mais resiliência e para que não entremos em uma espiral de pensamentos negativos que vão arruinar a disposição para o trabalho.
Este artigo é inspirado em um post que li de Chris Guillebeau, sobre alguns pontos abordados pelo best-seller do New York Times, autor de The Art of Non-Conformity, The Happiness of Pursuit, entre outros livros.
Cuidado com o viés de memória
O viés de memória pode ser positivo ou negativo, mas vou mencionar aqui situações em que ele pode ser prejudicial. Em outras palavras, quando se trata de um fenômeno em que a memória de um evento pode ser distorcida, baseada em fatores como emoções, crenças e experiências anteriores.
A forma como nos lembramos de algo pode ser diferente da realidade do evento em si. Assim, algo que pode atrapalhar a rotina do freelancer home office é ruminar experiências dando importância a apenas um aspecto do que aconteceu, sem levar em consideração outras variáveis que possam atenuar algo que é visto como negativo.
Se tendemos a distorcer ou dar muita importância a apenas um lado de uma situação, pode acontecer a síndrome do impostor: duvidamos de nossas habilidades, damos mais destaque a erros em vez de acertos, a fracassos em vez de conquistas ou a feedbacks negativos em vez de positivos.
Não superestime os picos emocionais
As impressões que temos sobre algo que aconteceu também podem ser explicadas pela regra “pick-end”, um conceito que surgiu a partir de pesquisas de Daniel Kahneman (psicólogo que ganhou Nobel de Economia) e Barbara Frederickson (professora de psicologia e defensora da teoria das emoções positivas).
O pick-end é um viés psicológico que descreve a tendência das pessoas em avaliar e lembrar de uma experiência com base em dois pontos específicos: o pico emocional e o fim da experiência.
Essa regra sugere que a forma como uma experiência é percebida e lembrada depende principalmente dos momentos de maior intensidade e do desfecho final. Você já passou por alguma situação em que houve um pico emocional que acabou ofuscando as outras partes da experiência?
Se tendemos a dar mais importância aos momentos de maior emoção, seja ela positiva ou negativa, e ao fim do que ocorreu, desconsideramos outros fatores, que acabam tendo menos impacto na nossa avaliação e memória. Nem sempre isso é vantajoso para quem deseja se manter motivado.
Por exemplo, se você em algum momento teve um desentendimento com um cliente em determinado nicho, isso não significa que futuramente haverá problemas com outro cliente do mesmo nicho, mas podemos nos ater a experiências passadas que não saíram como esperado e criar barreiras desnecessárias.
Saiba o que está ou não sob controle
Segundo os estoicos, há uma distinção entre aquilo que está em nossas mãos e aquilo que não está. O que está sob nosso controle são nossos pensamentos, emoções, ações e atitudes. Podemos escolher como responder às situações, como nos comportar e como interpretar os eventos da vida.
Por outro lado, o que não está sob nosso controle são fatores externos, como as ações de outras pessoas e até mesmo nossa própria mortalidade. Essas questões estão fora de nosso poder de influência direta e, portanto, não devemos nos preocupar com o que não podemos controlar.
Isso não significa que devemos ser simplesmente passivos, e sim que devemos agir dentro dos limites do possível e aceitar aquilo que não podemos mudar.
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